2.º Fliparacatu anuncia vencedores do Prêmio de Redação e Desenho

  • 02/09/2024
(Foto: Reprodução)
Cerimônia teve a presença de Ailton Krenak, Autor Homenageado do Festival, e mais escritores da programação do Festival Literário Internacional da cidade A mostra “Muros Invisíveis: Professores Negros”, apresentado pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais, por meio da 3ª Promotoria de Justiça de Paracatu, a Plataforma Semente, Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente – Caoma – e a Associação Cultural Sempre um Papo, em parceria com a Prefeitura de Paracatu, foi o tema do consagrado Prêmio de Redação e Desenho, considerado um dos momentos mais importantes do Fliparacatu, que mobiliza todas as escolas do município de Paracatu. A premiação tem como objetivo estimular a criação literária e artística das crianças e dos jovens, no formato Fanfic, com o objetivo de revelar novos talentos. Para participar, os candidatos se basearam na exposição e então desenvolveram uma redação ou um desenho no formato fanfic – ou seja, uma produção na qual os estudantes criaram suas próprias histórias, baseadas no universo da mostra. Crianças e adolescentes em cerimônia de premiação do Concurso de Redação e Desenho do 2.º Fliparacatu @alnereis O júri das categorias Desenho e Redação foi composto pelo jornalista Cláudio Oliveira, pela historiadora, professora aposentada e produtora cultural Helen Ulhôa Pimentel e pelos professores Vinicius Paz de Araújo e José Ivan Lopes. No total, 43 escolas inscreveram seus alunos, quase o dobro da primeira edição. Foram 44 desenhos inscritos em três categorias e 47 redações, também em três categorias, o que totaliza 91 trabalhos feitos por estudantes de Paracatu. Cerca de 32 mil alunos da comunidade escolar de Paracatu foram envolvidos na premiação. Com prêmios em dinheiro, além de troféus, as redações foram escritas em sala de aula. As próprias escolas fizeram a seleção interna e enviaram os desenhos e redações para concorrer ao Prêmio. Os professores dos alunos premiados foram agraciados com livros escolhidos pela Coordenação do 2.º Fliparacatu. Puderam participar do concurso alunos de 4 a 18 anos, de escolas públicas e privadas de Paracatu. Ao todo, são seis categorias – três para “desenho” e três para “redação” –, sendo que cada uma contou com 1.º, 2.º e 3.º lugares. A novidade desta edição é que o Prêmio de Redação e Desenho do 2.º Fliparacatu abriu uma nova categoria voltada para estudantes PCDs (Pessoas Com Deficiência) entre 9 e 18 anos de idade, não alfabetizados. Ou seja, estes alunos, que não dominam a linguagem escrita, puderam participar com um desenho, seguindo a temática proposta pelo Festival. Os estudantes PCD entre 4 e 8 anos participaram da Categoria 1 (Desenho) – de 4 a 5 anos (Educação Infantil) – e da Categoria 2 (Desenho) – de 6 a 8 anos (Fundamental I). A criação de uma categoria voltada a crianças e adolescentes PCDs visa à ampliação de possibilidades para garantir e estimular as potencialidades de toda a rede educacional paracatuense, com equidade, e que será perpetuada nas próximas edições do Festival. Presenças ilustres Para entregar os troféus e os livros aos estudantes e seus professores, a cerimonialista da entrega do prêmio, Jozane Faleiro, convidou os escritores infantojuvenis Alessandra Roscoe, Tino Freitas e Leo Cunha, curador da programação voltada para o público mais jovem. Também subiram ao palco a escritora Conceição Evaristo, condecorada na noite de sexta-feira do 2.º Fliparacatu com o título de Cavaleira das Artes e Letras, uma prestigiosa condecoração cultural francesa que celebra contribuições significativas às artes e às letras, e Ailton Krenak, Autor Homenageado do Festival. Escritora Lívia Sant'Anna Vaz lê texto escrito por aluno @bleia Ao final da cerimônia, a escritora Lívia Sant’Anna Vaz leu uma das redações participantes do Prêmio de Redação. Em seguida, foi a vez de Ailton Krenak se dirigir aos pequenos vencedores, que se colocaram ao lado do palco, enquanto seguravam seus troféus: "Acho que eu vou cantar. Saúdo a todos. Bom dia nesse dia lindo, com essa luz maravilhosa de Paracatu. A luz é tão linda. Receber as crianças aqui no auditório, iniciar com eles esse contato com um tipo de experiência que para eles talvez não tenha o mesmo sentido que para nós. Para algumas dessas crianças, estar aqui recebendo essa homenagem chega a ser quase um constrangimento. Tem um provérbio que diz que homenagem não pode ser constrangimento. Então, crianças queridas, aqueles mais pequenininhos e aqueles que são mais grandinhos, essas pessoas lindas que estão começando a trilhar essas jornadas, esses palcos, esses caminhos, mantenham os seus coraçõezinhos no lugar onde eles sempre estiveram, seguros. A beleza de vocês é que dá sentido ao mundo. Os desenhos que vocês fazem, os textos que vocês escrevem, as palavras que vocês comunicam é o sentido da literatura, do desenho, da arte. Tudo isso já está no coração da gente quando a gente nasce. Eu fico muito honrado de ficar com a incumbência de dirigir a minha palavra a vocês. Eu sei que aqui tem muita gente adulta, tem os professores de vocês, os orientadores, os “ajudadores” de vocês. É maravilhoso que exista essa camada de adultos que estão dedicados a ver vocês, ver que para subir essa rampa vocês têm dificuldade. Tem que olhar direitinho, se não tropeça, para subir essa escadinha de trabalho. Então, eu quero cumprimentar vocês, cada um de vocês, os que receberam os troféus, os que receberam prêmios, e dizer para vocês: bem-vindos a esse mundo incrível, cheio de muros invisíveis, que vocês vão ter que ajudar a desmanchar". Em seguida, Ailton apresentou uma pequena cantiga da etnia Krenak, à qual pertence, para saudar as crianças. Seguindo a sua fala, foi a vez da escritora Conceição Evaristo a dar algumas palavrinhas sobre o Prêmio de Redação e Desenho do 2.º Fliparacatu: "Bom dia às crianças, aos jovens que participaram disso, desse momento, desse concurso, e meu abraço é especial para os professores, porque a minha carreira profissional foi feita no Rio de Janeiro como professora de primeira à quarta série, em escola de periferia. E foi bom que ofereceram o lencinho antes para nós, porque, Afonso, eu acho que esse é o momento alto dos eventos de literatura, porque, sem sombra de dúvida, eu acho que estamos plantando esperança, reconhecendo novas pessoas – novas pessoas, porque são pessoinhas, novas pessoas no caminho da arte. Mas eu queria também ressaltar a importância desse evento ao homenagear professores negros. E por quê? Porque, na verdade, principalmente as mulheres, as mulheres negras, se a gente voltar à história da escravização, da colonização, talvez as primeiras preceptoras, as primeiras professoras foram as mulheres negras dentro da casa grande. Essas mulheres tinham obrigações, elas cuidavam da prole da casa grande. Então, essas mulheres, de uma maneira, exerciam também esse papel de educadoras. Quantas crianças foram aprender, inclusive, a língua falada no Brasil, através da pronúncia, através desse exercício de professoras. Então, eu acho que a gente está caminhando num resgate histórico quando homenageia professoras negras e, mais do que isso, está incutindo nas crianças, e é aí que mora a nossa esperança, porque crianças brancas, crianças negras, professores brancos, professores negros assumem essa dinâmica da relação racial no Brasil e assumem através da educação. Então, eu deixo aqui os meus parabéns. Mais uma vez, também, eu passei a minha infância sem conhecer um escritor ou uma escritora de perto. Então, hoje, Krenak, quando as crianças te veem e te reconhecem, ajuda também a terminar com aquele mito que o sujeito indígena ficava lá, aquele imaginário da linguagem indígena, do deboche que é feito em cima das comunidades indígenas. Eu acho que você traz para o palco um exemplo vivo, que nós não somos o passado, nós somos essa história presente, nós estamos aqui e agora. Obrigada e, mais uma vez, parabéns". Conceição Evaristo e Ailton Krenak discursaram no momento final da premiação @bleia Em seguida, a cerimônia contou com a presença de Rose Bispo, quilombola e curadora da mostra “Muros Invisíveis: Professores Negros”, que discursou antes de encerrar a premiação: "Quero cumprimentar aqui, principalmente, todos os professores, que é de suma importância, que assumem a responsabilidade da família, assumem a responsabilidade da família paracatuense, com a educação, com o comprometimento de cada um e de todos os presentes. Eu queria, primeiro, agradecer ao Afonso pela oportunidade e pelo sentimento e a expertise de quando criou o Muros Invisíveis, teve a sensibilidade de nos colocar como prioridade quando me convida a fazer essa curadoria com esses professores, porque nós somos daqui, nós sabemos o que acontece, quem é quem, como funciona. Então, esse respeito com Paracatu é muito importante. Eu trago aqui as vozes das comunidades quilombolas, da educação, da cultura, do esporte, do lazer, do hip-hop, da capoeira. Eu trago a voz de todos nessa minha fala, porque são todas essas pessoas que são responsáveis, nos antecedem. Eu estou aqui como uma privilegiada de fazer parte de um projeto tão maravilhoso. Então eu queria agradecer a todos que me antecederam, porque deixaram a história e um legado que eu possa continuar carregando. E agradecer quando a gente fala de alunos. Eu estava ali chorando o tempo todo. Eu queria dizer da importância desse Muros Invisíveis para tantos alunos negros, periféricos, da zona rural, da zona urbana, que se sentiram tão importantes e que agora eles têm um outro olhar sobre tudo isso que a gente fala que é educação". Redações e desenhos premiados Confira abaixo os trabalhos vencedores: DESENHO CATEGORIA 4 a 5 ANOS 1.º lugar: Ana Cecília Cardoso – 5 anos – Pré-Escola Municipal Chapeuzinho Vermelho – Professora Patrícia Oliveira Braga Souza 2.º lugar: José Guilherme Morais Caldas – 4 anos – Pré-Escola Municipal Gente Pequena – Professora Daiane Regina Andrade da Silva 3.º lugar: Arthur Almeida Santos – 4 anos – Colégio Dom Elizeu – Professora Fabíola CATEGORIA 6 a 8 ANOS 1.º lugar: Benício Castro Soares – 7 anos – Escola Municipal Leonor Ulhoa Victor Rodrigues – Professora Rossana Silva André 2.º lugar: Lucas de Brito Ornelas – 8 anos – Escola Municipal José Simões Cunha – Professora Maria Aparecida Moraes 3.º lugar: Julia de Paula Oliveira Ferreira – 7 anos – Colégio Dom Elizeu – Professora Claudilene CATEGORIA PCD 1.º lugar: Jean Carlos dos Reis Silva – 11 anos – Escola Municipal Maria de Trindade Rodrigues – Professora Eliane 2.º lugar: Paulo Victor Monteiro Gomes – 9 anos – Escola Municipal Bezerra de Menezes – Professora Ana Caroline de Lima Anselmo 3.º lugar: Anna Vitória Oliveira de Araujo – 11 anos – Escola Municipal Gidalte Maria dos Santos – Professora Hamilton Batista Coelho REDAÇÃO CATEGORIA 9 A 11 ANOS 1.º lugar: Maria Leôncio Botelho – 10 anos – Colégio Atenas – Professora Giulia Cordeiro Título: A professora da pele cor carvalho 2.º lugar: Vitor Luiz Mendes – 10 anos – Escola Municipal Tia Áurea – Professora Jaqueline Silva Monteiro Título: História de Leila 3.º lugar: Ketellyn Vitória Oliveira Lopes – 10 anos – Escola Municipal Márcia Macedo Meireles – Professora Hilda Freitas Silva Título: O melhor amigo do homem aranha – o professor negro CATEGORIA 12 A 15 ANOS 1.º lugar: Fernanda Tibério da Cruz – 14 anos – Escola Estadual Dr. Virgílio de Melo Franco – Professora Bruna Oliveira Araújo Barbosa Título: Uma história de professor 2.º lugar: Julia da Costa Ramos – 14 anos – Escola Municipal Gidalte Maria dos Santos – Professor Hamilton Batista Coelho Título: O herói que a história não contou 3.º lugar: Andressa Gabrielly B. Xavier – 14 anos – Escola Estadual Altina de Paula Guimarães – Professora Luciene Dornelas Título: A heroína da educação CATEGORIA 16 A 18 ANOS 1.º lugar: Bárbara Kamyllia Tenório Severino – 17 anos – Escola Estadual Neusa Pimentel Barbosa – Professora Kélia Nunes Rabelo Souto Título: Uma Imprescindível Mulher 2.º lugar: Julia Ramos Novaes – 16 anos – Colégio Dom Elizeu – Professora Ana Carolina Campos de Carvalho Título: Poesias Invisíveis 3.º lugar: Pillar Barros Meireles – 16 anos – Colégio Império Up – Professor Gustavo Coimbra Título: Acordando para um sonho A premiação completa, transmitida ao vivo, em 4K, pode ser conferida no canal do Fliparacatu.

FONTE: https://g1.globo.com/mg/triangulo-mineiro/especial-publicitario/fliparacatu/fliparacatu-festival-literario-internacional-de-paracatu/noticia/2024/09/02/2o-fliparacatu-anuncia-vencedores-do-premio-de-redacao-e-desenho.ghtml


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